A ausência de atividade sexual, caracterizada pela não manifestação de estro ou cio, é denominado anestro pós-parto. Esse é um mecanismo fisiológico e não uma doença. Passa a ser considerado um problema quando o anestro pós-parto se prolonga por muito tempo, prejudicando a fertilidade.
A produtividade de um rebanho ovino pode ser expressa pelo aumento da eficiência reprodutiva que está diretamente ligada à duração do período de anestro pós-parto e, consequentemente, do intervalo entre partos, que permite um maior número de crias nascidas por ovelha/ano, proporcionando, desta forma, uma maior lucratividade ao sistema de produção.
Em ovelhas a duração do anestro varia geralmente de acordo com o nível nutricional e a frequência de amamentação. A Embrapa Meio-Norte realizou pesquisas para avaliar o efeito da suplementação alimentar e da freqüência de amamentação no retorno ao cio pós-parto em ovelhas da raça Santa Inês.A maioria dos rebanhos ovinos da região Nordeste apresenta um nível nutricional inadequado, mesmo aqueles menos exigentes do ponto de vista genético.
Uma nutrição adequada é fundamental para o reinício da atividade ovariana pós-parto. As fêmeas devem estar bem nutridas no final da prenhez e no pós-parto (fases de maior demanda nutricional), para que possam reduzir o período de anestro após o parto.Quanto maior for a perda de peso no início do pós-parto e quanto menor for a reserva corporal, mais tempo o organismo levará para apresentar cio.
Uma nutrição adequada, de forma que a ovelha consiga parir com uma boa condição corporal, e mantenha esta condição durante o pós-parto, permite um maior aporte de leite para suas crias, acarretando um maior desempenho dos cordeiros e um retorno precoce à atividade reprodutiva.O estímulo mamário decorrente da amamentação altera a função ovariana levando a um atraso no restabelecimento da atividade reprodutiva após o parto.A intensidade e frequência de amamentação podem retardar o aparecimento do cio pós-parto.A amamentação leva a alterações em diversos hormônios que exercem efeitos inibidores sobre a atividade ovariana contribuindo para um prolongamento do anestro pós-parto.
Como estratégias para melhoria do desempenho dos sistemas de produção, as práticas associadas ao manejo reprodutivo são de fundamental importância. Para atender à demanda crescente do mercado por carne ovina é necessário aumentar o nascimento de cordeiros, o que pode ser conseguido através da redução do intervalo de partos. Essa redução depende obviamente da utilização de técnicas apropriadas de manejo, como a amamentação controlada, que visa diminuir o efeito acumulado da freqüência e intensidade da amamentação, e a suplementação alimentar da ovelha no pós-parto, que objetiva suprir as exigências nutricionais que são aumentadas devido à lactação.
Após o parto ocorre um aumento na demanda nutricional da ovelha que se não for atendida o animal passa a usar as reservas corporais, ocasionando uma perda de peso e como conseqüência temos o restabelecimento da atividade reprodutiva retardada. Sendo assim, a suplementação alimentar após o parto é necessária para garantir um bom desempenho reprodutivo no pós-parto.
Práticas de manejo que contribuem para antecipar o cio após o parto:
Amamentação controlada
A amamentação controlada consiste em separar as crias das mães, a partir do 15º dia de vida da cria, e colocá-las para mamar apenas duas vezes ao dia, pela manhã e a tarde, durante 30 minutos de cada vez.
Logo no início desta separação é importe oferecer forragem e uma pequena quantidade de concentrado para as crias (1% peso vivo) para promover o desenvolvimento ruminal e melhorar o desenvolvimento ponderal das crias.
Desta forma, a amamentação controlada proporciona às ovelhas um retorno ao cio pós-parto mais precoce, melhorando a eficiência reprodutiva e produtiva dos ovinos.
Suplementação alimentar no pós-parto
Após o parto ocorre um aumento na demanda nutricional da ovelha que se não for atendida o animal passa a usar as reservas corporais, ocasionando uma perda de peso e como conseqüência temos o restabelecimento da atividade reprodutiva retardada.
Existem diversas forma de reduzir as perdas verificadas no pós-parto. Dentre estas, merecem destaque a suplementação alimentar que pode ser feita através do fornecimento de feno, silagem e concentrados protéicos e energéticos, além do cultivo de forrageiras que podem ser utilizadas como banco de proteína.
Desta forma, a suplementação alimentar no pós-parto e a substituição do sistema de amamentação contínua, pela amamentação controlada, favorecem a antecipação de uma nova concepção, reduzindo o intervalo de partos, permitindo que a ovelha possa produzir um maior número de crias/ano e, conseqüentemente, melhorando a eficiência reprodutiva e produtiva dos ovinos. Esse manejo deve ser adotado pelos produtores que visam uma melhor produtividade dos seus rebanhos.
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